O clone

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Восточная лирика.

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Estou Partindo (Rumi)

Fica, se te interessa.

Através dos jardins, através dos pomares,

estou partindo.

Meu dia é sombrio sem sua face,

eis porquê me dirijo agora à chama brilhante no céu.

Minha alma corre à frente e diz:

“o corpo é lento demais”

Estou partindo.

Maçãs exalam no pomar de minha alma.

Seu perfume me invade, me transporta para a colheita das maçãs.

Ventos súbitos não me desviarão.

Ó, montanha de ferro, cada um de meus passos dirige-se ao Amado.

Minha cabeça rompeu-se com a dor de sua perda.

Em busca de uma nova vida, cabeça erguida.

Estou partindo.

Sou fogo vivo mas pareço betume.

Quero ser óleo límpido em Tua mão para depor este parto.

Pareço imóvel como a montanha,

mas sigo pouco a pouco em direção à pequena fresta.

Estou chegando...

Tocaste a órbita do coração celeste,

agora fica aquí.

Pudeste ver a lua nova,

agora fica.

Sofreste em excesso por tua ignorância,

carregaste teus trapos para um lado e para o outro,

agora fica aquí.

Teu tempo acabou,

escutaste tudo que se pode dizer sobre a beleza desse Amante,

fica aqui agora.

Juraste em teu coração que havia leite nesses seios.

Agora que provaste desse leite,

fica.

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Na Floresta (Khalil Gibran)

I

Na floresta, não existe nem rebanho, nem pastor.

Quando o Inverno caminha, segue seu distinto curso,  como faz a Primavera.

Os homens nasceram escravos daquele que repudia a submissão.

Se ele em dia se levanta e les indica o caminho, com ele caminharão.

Dá-me a fláuta e canta.

O canto é o pasto das mentes

e o lamento da flauta perdura

mais que rebanho e pastor.

II

Na floresta, não existe ignorante ou sábio.

Quando os ramos se agitam, a ninguém reverenciam.

O saber humano é ilusório, como a cerração dos campos

que se esvai quando o sol se levanta no horizonte.

Dá-me a flauta e canta.

O canto é o melhor saber

e o lamento da flauta sobrevive

ao cintilar das estrelas.

III

Na floresta, só existe lembrança dos amorosos.

Os que dominaram o mundo e oprimiram e conquistaram,

seus nomes são como letras nos nomes dos criminosos.

Conquistador, entre nós, é aquele que sabe amar.

Dá-me a flauta e canta,

e esquece a injustiça do opressor,

pois o lírio é uma taça

para o orvalho, e não para o sangue.

IV

Na floresta não há crítico nem censor.

Se as gazelas se perturbam quando avistam o companheiro,

a águia não diz: “Que estranho!”

Sábio, entre nós, é aquele que julga estranho apenas o que é estranho.

Dá-me a flauta e canta.

O canto é a melhor loucura

e o lamento da flauta sobrevive

aos ponderados e aos racionais.

V

Na floresta, não existem homens livres ou escravos.

Todas as glórias são vãs como borbulhas na água.

Quando a amendoeira lança suas flores sobre o espinheiro,

não diz: “Ele é desprezível e eu sou um grande senhor”.

Dá-me a flauta e canta,

que o canto é glória autêntica,

e o lamento da flauta sobrevive

ao nobre e ao vil.

VI

Na floresta, não existe fortaleza ou fragilidade.

Quando o leão ruge, não dizem: “Ele é temível”.

A vontade humana é apenas uma sombra que vagueia no espaço do pensamento,

e o direito dos homens fenece como folhas de outono.

Dá-me a flauta e canta.

O canto é a força do espírito,

e o lamento da flauta sobrevive

ao apagamento dos sóis.

VII

Na floresta, não há morte nem há túmulos.

a alegria não morre quando se vai a primavera.

O pavor da morte é uma quimera que se insinua no coração,

pois quem vive uma primavera é como se houvesse vivido séculos.

Dá-me a flauta e canta.

O canto é o segredo da vida eterna,

e o lamento da flauta permanecerá

após findar-se a existência.

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